1 de agosto de 2011

A Pipoca Mais Doce (tive de postar aqui. Muito bom)

Não temos para sempre 27 anos. Nem 18. Nem 35. Não temos duas oportunidades. Não andamos por cá duas vezes. Temos uma vida. Temos esta vida. Que é boa, que é má, que é assim-assim. Mas só temos esta. Andamos na estrada a 180 porque a nossa condução é fiável. Tomamos drogas, bebemos mais do que a dose. Fodemos a vidinha aos outros porque não temos nada mais giro para fazer. Somos estúpidos. Cada um de nós, à sua maneira. Perdemos tempo com merdas que não interessam a ninguém. Somos maldosos, imbecis, porque nos esquecemos que tudo volta a duplicar. What goes around comes around. Irritamo-nos com tudo, perdemos a tolerância. A felicidade alheia chateia. E enquanto chateia, a vida passa. E enquanto apontamos o dedo, não estamos a dar por isso. E enquanto choramos sobre o leite derramado, não estamos a dar por isso. E enquanto estamos tão iludidos a olhar para o nosso umbigo, não estamos a dar por isso. E enquanto vivemos a vida dos outros (e a dissecamos, e a julgamos, e a condenamos), não estamos a dar por isso. E um dia o carro vira-se numa curva. E um dia a doença toma conta de nós. E um dia encontram-nos caídos em casa, porque o coração cedeu, inexplicavelmente. E um dia um maluco larga uma bomba, mata-nos a tiro.

Enquanto vivermos a achar que é para sempre, para sempre seremos idiotas. Tudo pode acabar em segundos. Queremos mesmo gastá-los assim?

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