25 de abril de 2015

Pequenos grandes amores

Apareceram de repente na minha vida, mas fazem-na muito mais feliz e completa. A Bali e a Mel são as minhas novas "amoras" (sem esquecer, claro, o meu grande amor pelo Trigo, um bocadinho menos pela Mia e ainda menos pela Pipa). Sempre tive animais e não consigo imaginar a minha vida sem um cão ou gato por perto. Faz-me uma certa confusão pessoas que não gostam de animais e/ou que só os têm por ter (já para não falar das que os abandonam, que essas era à paulada mesmo...). Apesar do trabalho, do muito pêlo e da "prisão" de ter animais que dependam de nós, a verdade é que eles (os animais em geral e os cães em particular) são tão gratos, tão companheiros, tão dependentes, tão amigos, tão leais e tão genuinamente bons, que até dói a alma pensar que um dia eles vão deixar de estar ali à nossa espera a abanar a cauda, vão deixar de nos oferecer um brinquedo, vão deixar de deitar a cabeça no nosso colo e vão deixar de nos fazer sorrir de forma franca e plena de alegria. Há quem diga que quanto mais se conhecem as pessoas mais se gosta de animais, eu acrescento que quanto mais convivemos com os animais, mais nos tornamos melhores pessoas.


20 de abril de 2015

A (in)utilidade da autoridade

Tenho andado um pouco ausente por estas bandas. Culpa das tecnologias que me fazem consultar tudo no Iphone ou no Ipad, culpa do trabalho e culpa da radical reviravolta que a minha vida deu nos últimos meses (para melhor!!). Há alturas em que me apetece vir aqui escrever um bocadinho, partilhar qualquer coisa ou simplesmente ler os blogs das vizinhas, mas há outras em que me dá uma preguicite aguda e deixo-me ficar na apatia e "esconder-me" por detrás da desculpa das tecnologias. Mas hoje sinto-me na obrigação de falar de um assunto que me revoltou ontem.
Da minha varanda avistei uma linda e enorme coruja no telhado do vizinho, tendo-me logo lembrado de ligar para o SEPNA (já há dois anos tive de me chatera com eles quando os chamei por causa de um falcão que me entrou em casa, tendo tido de ouvir gracinhas do género "oh menina tem a certeza que é um falcão? Não será uma gaivota?" Arghhh!! "Ca nervos"!!). No número geral não atendeu ninguém. Do comando do Porto informaram que não apanhavam esse tipo de aves e desligaram-me o telefone, sem que eu tivesse tempo de perguntar o que quer que fosse. Liguei então para o Parque Biológico de Gaia, única entidade capaz de recolher e tratar animais selvagens no norte do país. Compreenderam a minha preocupação (pelos vistos maior do que a deles que, supostamente, se interessa pela defesa do meio ambiente), mas não podiam fazer nada. Remeteram novamente para o SEPNA, da GNR e para a PSP. Liguei então para a PSP. Ah e tal, o departamento de ambiente só funciona das 9h-17h de segunda a sexta. Ah bom! Então agora há hora e dia para ocorrer algum problema ambiental... Tudo certinho (em que país vivemos?!?). A minha revolta começava a instalar-se cada vez mais. Tento novamente a GNR, sendo que à quarta tentativa lá me atendem o telefone (estaria a dar algum jogo de futebol?!). Supostamente encaminharam o meu aviso para a brigada local (Carvalhos), que iria entrar em contacto comigo. Uma hora, duas horas, nada. Liguei de novo ao que me responderam "oh menina, faça a sua vida normal que quando os colegas puderem entram em contacto". Pelos vistos não puderam. Até hoje. Situação vergonhosa, atitude deplorável, como é, com maior frequência do que o devido, da autoridade no nosso país. Para passarem multas estúpidas como a que recebi há dois dias, referente a 2013 (!?!?), têm tempo e não se esquecem, mas para fazerem algo pelo ambiente e sociedade em geral, "tá quieto". Para a próxima chamo a TVI e pode ser que assim tenha maior impacto.

9 de abril de 2015

Não escreveria melhor (embora não seja fácil este aparente desprendimento...)


"Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio. Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo. E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre." Miguel Sousa Tavares