6 de fevereiro de 2013

Olívia Palito

A propósito de um post no blog da Pipoca, relembrei-me de um post que também eu já escrevinhei para aqui. O tema era exactamente o mesmo: a eterna questão de se tecerem comentários na cara aos magros, mas aos gordos ter sempre muito respeitinho para "não ferir susceptibilidades". Revi-me em cada palavra. Nunca percebi muito bem a razão desta dualidade de critérios ou destes dois pesos e duas medidas como diz a A. Eu sou magra desde sempre. A minha família é magra (nem com 15 anos eu cabia no vestido de noiva da minha mãe, que ainda era mais magra do que eu). Tenho um metabolismo acelerado e como razoavelmente bem (sim, sim posso misturar arroz com batatas, comer os doces que quiser e tudo o que me aparecer à frente, mas não me apetece muito ser diabética, nem ter outras complicações de saúde, além de que gosto de comidas simples). Muito provavelmente, muito mais do que a maior parte das raparigas e que tecem os tais comentários de "Ah! Estás tão magra" ou "Ah! Qualquer dia desapareces", mesmo depois de eu já ter dito que não gosto desse tipo de comentários e que me deixam triste. O objectivo é o quê? Deixar-me triste?! Ok, até podem achar que estou mais magra, com mau aspecto e querer o melhor para mim, mas e que tal guardarem esses comentários, hã? Não era mal pensado. A minha vontade é sempre responder "à letra", mas não o faço porque não quero entrar na espiral de estupidez desse tipo de comentários. Não o faço nem farei, pois acho de uma tremenda "falta de chá", essas bocas, quer sejam dirigidas a pessoas magras ou a pessoas gordas. Se há alturas em que estamos literalmente a **garmo-nos para isso, noutras os mesmos fazem mossa e entristecem... Sim sou magra, sim gostava de engordar mais um pouco, mas até agora, tal não tem sido possível (a nutricionista não percebe como não engordo com o que como. A minha falha está no desporto, mas já estou a tratar disso! Yeiiii!). E quê? Não era suposto ajudarmos os amigos e animá-los? Se calhar o meu conceito de amizade e de viver em sociedade é diferente... Há uns meses, numa entrevista de trabalho, a entrevistadora, depois de me ter olhado de cima a baixo, sem nunca me ter visto de lado nenhum, teve a grande lata de me dizer "Ai, mas é você aqui nesta foto do cv? É que está muito melhor aqui. Agora está um bocado magra, veja lá se come mais". Desculpe?! Hem? Oi?! Esperem lá, mas estamos numa entrevista de emprego para terapeuta da fala ou é uma consulta de nutrição? Conhecemo-nos de onde mesmo? Ahh, ok. Só há 10 minutos. Bem me parecia. Para logo depois dizer "Oh você é que tem sorte! Pode comer de tudo. Quem me dera!" Hum... mas afinal estou muito magra ou você quer ser como eu? Estou um pouco confusa, confesso... Enfim... Este episódio, retrata bem a inveja ou lá o que é que reina entre as fêmeas. Não percebo esta eterna mania das gajas (e acreditem que às vezes tenho vergonha de ser uma delas) de se "queimarem" umas às outras, de tecerem comentários jocosos ou de magoarem os seus semelhantes de forma gratuita. De facto, não estou a ver um gajo virar-se para outro e dizer "Ai estás tão magro! Qualquer dia ainda desapareces". Quando muito sairia uma piada do género "Oh meu cara***, andas a **der muito, hem? É assim mesmo!!". Mas não. As gajas têm necessidade de calcar, de magoar e de entristecer as outras. Não. Não tem de ser assim. Cada um é como cada qual e se nos apoiássemos mais, se calhar não era mal pensado.

2 comentários:

  1. Os outros nunca estão bem com o que têm, esse é o problema. Mas não te preocupes, magra ou normal (porque gorda nunca foste...lol) estás sempre bem :) Beijinhos

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  2. Oh obrigada Sumpimpona! Há alturas na vida de uma mulher, que comentários como o teu se tornam um elogio de ir e vir ao espaço! :)

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