Os meus meninos

Apesar de todos os obstáculos que tenho encontrado no exercício da minha profissão de Terapeuta da Fala, é um privilégio diário ver a carinha feliz dos meus meninos como eu lhes costumo chamar (a M. até já diz "Já sei, esse jogo novo é para os teus meninos") quando me vêm depois das férias, quando me recebem em êxtase nas suas escolas (eles gritam o meu nome como se fosse uma artista internacional, eles agarram-me juntamente com mais mil miúdos que nunca vi na vida, eles beijam-me... enfim... uma verdadeira odisseia atravessar o pátio!), sentir os abraços apertados de saudades, ver a evolução deles enquanto alunos e a alegria de receberem um autocolante pelo bom desempenho, apreciar o crescimento deles enquanto pessoas, ficar com o coração apertadinho quando ficam tristes porque não voltam mais (às vezes contente porque é bom sinal!), rir com a inocência deles, corar com os elogios sinceros e receber presentinhos que me enchem o coração. Presentes de gratidão pura e de quem me admira, não pelo que tenho, mas pelo que sou quando estou com eles. Um dia alguém me disse que só via a minha essência quando eu estava com crianças e, se calhar, esse alguém tinha alguma razão. É no meio deles que me sinto livre e mais eu...