6 de julho de 2012

Público vs Privado

A guerra entre o sector público e privado não é de hoje mas, o que é certo, é que hoje está ainda mais em alta a propósito da "sugestão" do Tribunal Constitucional (interessa-lhes, por isso é que se manifestaram... ainda tou para perceber a felicidade que uns sentem quando vêm a "desgraça" dos outros mas enfim...)para que as medidas de austeridade sejam alargadas de igual forma aos privados. Aqui em casa é tudo privado e sempre foi. Nunca tivemos a sorte (sim, porque eu acho que ainda é uma sorte)de pertencer à função pública. Está certo que os salários podem não ser tão altos, se compararmos a alguns privados. ALGUNS. Mas, como é óbvio, no privado também há de tudo. Há aqueles que pagam mal e há aqueles que pagam bem. Como no público. Há aqueles que exploram e há aqueles que dividem os ganhos com os empregados. Há aqueles que têm regalias e há aqueles que não têm nada (não há cá ADSE para ninguém). O que os funcionários públicos (alguns, leia-se. Há de tudo, em todo o lado, como é óbvio e tenho muito respeito por esses) se esquecem é que, enquanto eles pagam 3 euros por uma consulta num hospital privado, outros têm de pagar 80; enquanto eles dificilmente vêm para o olho da rua (muito menos com uma mão à frente e outra atrás), outros têm de "comer e calar" porque "hoje em dia é uma sorte ter um emprego"; enquanto eles ganham menos subsídios de isto e daquilo, outros nem o têm ou já não o vêm há meses e meses; enquanto uns metem baixas a torto e a direito, outros quase nem um dia podem faltar, sob pena de já serem "olhados de lado" pelo patronato... e por aqui podia continuar. Se uma empresa está mal, os empregados se querem salvar o seu emprego, devem unir-se para ajudar a empresa a erguer-se. Qual a diferença da empresa privada para o estado? O estado não pode ser uma macro empresa? Agora que se acabaram os tempos das "vacas gordas" são greves atrás de greves, manifestações (de preferência à sexta-feira, que é para o fim-de-semana prolongado) e mil e uma outras coisas que em vez de ajudar só prejudicam? Onde é que já se viu gajos que ganham 5 mil euros por mês terem a lata de convocarem uma greve? Quem lhes deu tanto poder? Não se pode criar uma lei que limite este tipo de greves no sector dos transportes, por exemplo? E o Sócrates? Por que é que ninguém fala dele e só caem como uns cães em cima do actual governo? Sem dúvida que é tudo (ou quase tudo, vá) "farinha do mesmo saco" mas se as coisas estão mal não se devem só a este governo. O anterior (e anteriores...) têm a culpa de viverem acima das possibilidades e é de uma atroz falta de respeito ir para Paris estudar Filosofia com o país como o deixou... E que tal ficar cá a ajudar a pátria? Eu sou uma leiga neste tipo de assuntos. Falo, apenas, do que vejo à minha volta e, sobretudo, do que me revolta. Já disse aqui que o meu sonho era ser funcionária pública mas, eventualmente pela minha experiência familiar, tenho muito respeito pelo sector privado e só espero que se faça justiça e deixem o sector privado em paz... a gozar as poucas regalias que alguns ainda têm.

Sem comentários:

Enviar um comentário