9 de outubro de 2012

Memória de peixe

Isto de se estar em casa com uma porra de uma faringite (arghhhhh!!) até tem coisas boas. Por um lado, conseguimos ver todos os programas em atraso que a box da Meo ameaça apagar; por outro, conseguimos arrumar aquelas gavetas e caixas e tudo o resto em que durante meses (e anos!) nem nos atrevíamos a mexer. Se, em algumas fases da minha vida ansiei não ter memória (é estúpido, eu sei... mas quem não passou por fases mais difíceis que atire a primeira pedra...), em alturas como a desta, em que em cada arrumadela tropeço em coisas que me fazem relembrar situações da minha vida, agradeço ter memórias tão felizes (umas mais do que outras, é certo, mas faz parte, não é assim?), que me fazem ser como sou: um ser único e irrepetível. A memória é das coisas mais fantásticas que temos e é incrível como o nosso cérebro capta umas coisas em detrimento de outras. Ainda um destes dias, estava coladérrima num jogo sobre logos e fiquei impressionada com a quantidade em que acertei, não conseguindo, no entanto, associá-los ao significado da marca. Sabia que conhecia, sabia que o logo estava agregado àquela marca mas não sabia se era um banco, uma companhia de seguros ou material de casa de banho!! Acho incrível como não me lembro de algumas coisas importantes que me dizem (que já me causaram alguns amargos de boca, diga-se de passagem...) e depois lembro-me de comentários que não interessam a ninguém e me prendem a um passado que ficou lá atrás (ou deveria ter ficado, pelo menos). Ou então, não me lembro de sítios que visitei nas férias mas depois lembro-me da roupa que usava no dia x, y e z... dessas mesmas férias. Não é incrível os filtros que temos? É, de facto, algo que me fascina e só espero não ter memória de peixe e a capacidade de ficar feliz pelo que passou, não ficando a viver no passado, nem a sonhar com o futuro mas a apreciar o presente.

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